domingo, 29 de julho de 2012

Nota de Aula II (continuação)


NOTA DE AULA II (continuação)

Fontes: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/presocratico.htm>,
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/a-teoria-atomistica.html

Introdução

            Um estudo sistemático da filosofia grega obriga-nos à divisão da história. Assim, por questões pedagógicas, divide-se a história da filosofia grega em três grandes períodos:
I. Período pré-socrático (séc. VII-V a.C.) - Problemas cosmológicos. Período Naturalista: pré-socrático, em que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza;
II. Período socrático (séc. IV a.C.) - Problemas metafísicos. Período Sistemático ou Antropológico: o período mais importante da história do pensamento grego (SócratesPlatãoAristóteles), em que o interesse pela natureza é integrado com o interesse pelo espírito e são construídos os maiores sistemas filosóficos, culminando com Aristóteles;
III. Período pós-socrático (séc. IV a.C. - VI d.C.) - Problemas morais. Período Ético: em que o interesse filosófico é voltado para os problemas morais, decaindo entretanto a metafísica;

Primeiro Período
O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista, porque a nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede Sócrates e os sofistas, que marcam uma mudança e um desenvolvimento e, por conseguinte, o começo de um novo período na história do pensamento grego, embora os questionamentos dos pré-socráticos perpassem o tempo pós-socrático.
Esse primeiro período tem início no VI século a.C. e termina dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V. Surge e floresce fora da Grécia propriamente dita, nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor, do Egeu (Jônia) e da Itália meridional, da Sicília, favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades democráticas e pelo bem-estar econômico.
Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos e descobrir a origem do mundo. Visavam descobrir a “archè”, que é o princípio físico do qual derivou todo o Universo.
Perguntas principais dos filósofos do período pré-socrático são: de onde veio o mundo, os seres humanos, os animais, os minerais etc.? Como é que as coisas do mundo surgem e evoluem? Daí eles serem chamados de “filósofos da natureza”, ou “filósofos da phisis”, ou “filósofos da arkhé”.
Em síntese, buscaram os pré-socráticos estudar o mundo exterior nos elementos que o constituem, na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito, questões que dão unidade a este período. Pelo modo de a encarar e resolver, classificam-se os filósofos que nele floresceram em quatro escolas: Escola JônicaEscola ItálicaEscola EleáticaEscola Atomística.
            Assistamos ao vídeo abaixo:


           


Escola Jônica
A Escola Jônica, assim chamada por ter florescido nas colônias jônicas da Ásia Menor, compreende os jônios antigos e os jônios posteriores ou juniores. A escola jônica é também a primeira do período naturalista, preocupando-se os seus expoentes com achar a substância única, a causa, o princípio do mundo natural vário, múltiplo e mutável.
Essa escola floresceu precisamente em Mileto, colônia grega do litoral da Ásia Menor, durante todo o VI século, até a destruição da cidade pelos persas no ano de 494 a.C., prolongando-se porém ainda pelo V século.
Os jônicos julgaram encontrar a substância última das coisas em uma matéria única; e pensaram que nessa matéria fosse imanente uma força ativa, de cuja ação derivariam precisamente a variedade, a multiplicidade, a sucessão dos fenômenos na matéria una. Daí ser chamada esta doutrina hilozoísmo (matéria animada). Os jônios antigos consideram o Universo do ponto de vista estático, procurando determinar o elemento primordial, a matéria primitiva de que são compostos todos os seres.
Os mais conhecidos são: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto.
Os jônios posteriores distinguem-se dos antigos não só por virem cronologicamente depois, senão principalmente por imprimirem outra orientação aos estudos cosmológicos, encarando o Universo no seu aspecto dinâmico, e procurando resolver o problema do movimento e da transformação dos corpos. Os mais conhecidos são: Heráclito de Éfeso, Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômenas.

Tales de Mileto (624-548 A.C.) "Água"
Tales de Mileto, fenício de origem, é considerado o fundador da escola jônica. É o mais antigo filósofo grego. Tales não deixou nada escrito, mas sabemos que ele ensinava ser a água a substância única de todas as coisas. A terra era concebida como um disco boiando sobre a água, no oceano.
Cultivou também as matemáticas e a astronomia, predizendo, pela primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol e da lua. No plano da astronomia, fez estudos sobre solstícios a fim de elaborar um calendário, e examinou o movimento dos astros para orientar a navegação. Provavelmente nada escreveu. Por isso, do seu pensamento só restam interpretações formuladas por outros filósofos que lhe atribuíram uma idéia básica: a de que tudo se origina da água.
Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; a água é a causa material de todas as coisas.
Aristóteles, tentando traduzir o pensamento de Tales, identificou a flutuação sobre a água com o elemento estático e a geração e a nutrição de todas as coisas pela água com o elemento estático. Tales acreditava em uma "alma do mundo", havia um espírito divino que formava todas as coisas da água.
Tales sustentava ser a água a substância de todas as coisas.

Anaximandro de Mileto (611-547 A.C.) "Ápeiron"
Anaximandro de Mileto, geógrafo, matemático, astrônomo e político, discípulo e sucessor de Tales e autor de um tratado Da Natureza, põe como princípio universal uma substância indefinida, o ápeiron (ilimitado), isto é, quantitativamente infinita e qualitativamente indeterminada.
Deste ápeiron (ilimitado) primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Supõe também a geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens. Anaximandro imagina a terra como um disco suspenso no ar. Eterno, o ápeiron está em constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. - que constituem o mundo. O ápeiron é assim algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum elemento palpável da natureza.
Com essa concepção, Anaximandro prossegue na mesma via de Tales, porém dando um passo a mais na direção da independência do "princípio" em relação às coisas particulares. Para ele, o princípio da "physis" (natureza) é o ápeiron (ilimitado).
Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do gnômon (relógio de sol) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega). Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico total. Diz-se também, que preveniu o povo de Esparta de um terremoto.
Anaximandro julga que o elemento primordial seria o indeterminado (ápeiron), infinito e em movimento perpétuo.

Anaxímenes de Mileto (588-524 A.C.) "Ar"
Segundo Anaxímenes, a arkhé (princípio) que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o ápeiron, nem palpável demais como a água. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse único elemento.
Atribuindo vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, os antigos jônios professavam o hilozoísmo e o panteísmo naturalista. Anaxímenes dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe sua luz do Sol.
Anaxímenes julga que o elemento primordial das coisas é o ar.

Escola Itálica, ou Pitagórica
            Pitágoras, o fundador da Escola Itálica, ou pitagórica, nasceu em Samos, pelos anos 571-70 a.C. Em 532-31 foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega, uma associação científico-ético-política, que foi o cenro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália meridional e da Sicília. Pitágoras aspirava – e conseguiu – a fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política.


            Segundo o pitagorismo, a essência, o princípio essencial de que são compostas todas as coisas é o número, ou seja, as relações matemáticas. Os pitagóricos, não distinguindo, ainda bem forma, lei e matéria, consideram o número como sendo a união de um e outro elemento. Da racional concepção de que tudo é regulado segundo relações numéricas, passa-se à visão fantástica de que o número seja a essência das coisas.
            Mas, achada a substância uma e imutável das coisas, os pitagóricos se acham em dificuldades para explicar a multiplicidade e o “vir-a-ser”, precisamente mediante o uno e o imutável. E julgam poder explicar a variedade do mundo mediante o concurso dos opostos, que são o ilimitado e o limitado, ou seja, o par e o ímpar, o perfeito e o imperfeito.
            O número divide-se em par, considerado como ilimitado, ou seja, que não põe limites à divisão por dois, e ímpar, limitado, determinado, perfeito (pois põe limites à divisão por dois). Os elementos constitutivos de cada coisa – sendo cada coisa número – são o par e o ímpar, o ilimitado e o limitado, o pior e o melhor.       
                


            Como a filosofia da natureza, a astronomia pitagórica representa um progresso sobre a jônica. De fato, os pitagóricos afirmaram a esfericidade da Terra e dos demais corpos celestes, bem como a rotação da Terra, explicando, assim, o dia e a noite; e afirmaram a revolução dos corpos celestes em torno de um foco central.
            Quanto à moral, dominam no pensamento pitagórico o conceito de harmonia, as práticas ascéticas e abstinenciais, com referências a ideias reencarnacionistas.
            Assistamos ao vídeo abaixo:



Heráclito
            Com Heráclito, de Éfeso, a filosofia pré-socrática – após sua expansão no sul da Itália – afirma-se na Ásia Menor. Heráclito, de raça jônica e estirpe real, solitário desdenhoso e da azáfama (correria), viveu entre o VI e V século, e expôs o seu sistema numa obra filosófica intitulada Da Natureza.
            A doutrina de Heráclito pode-se resumir nos princípios seguintes:
·         A essência de tudo, o “elemento primordial”, é o “vir-a-ser”, ou o “devir”: tudo se acha em perpétuo fluxo, a realidade está sujeita a um vir-a-ser contínuo. O único princípio estável da realidade é a lei universal do próprio devir, que Heráclito concretiza no fogo, visto ser o elemento da realidade material mais adequado a representar o vir-a-ser. Unicamente a razão, que tem por objeto o universal, colhe esta lei do devir universal;
·         O vir-a-ser é uma antítese entre a vida e a morte: “a luta é a regra do mundo e a guerra é a geradora e a dominadora de todas as coisas”;
·         Este vir-a-ser e esta oposição são reconduzidos à estabilidade e à unidade pela harmonia, pela sabedoria universal, que determinam o acordo entre as oposições. A unidade do real está na lei dialética, racional, do vir-a-ser. A causa da diferenciação das coisas está no devir.


Escola Eleata
            Também a filosofia eleata – como já a pitagórica – representa uma importação grega, e precisamente jônica, para a Itália do Sul. O fundador da assim chamada escola eleata, do lugar onde ela floresceu, Eléia, é Xenófanes, nascido em Cólofon, na Ásia Menor, pelos anos 580-76 a.C. Criticando o politeísmo e o antropomorfismo das concepções populares de Homero e de Hesíodo, Xenófanes sustenta que há uma única substância divina, eterna e imutável, tudo abraçando e governando com o pensamento.
            Outro filósofo eleata, Parmênides (nascido na primeira metade do século V a.C.), aceita o ser uno e imutável de Xenófanes, despojando-o dos atributos divinos e religiosos, de modo que temos um puro princípio metafísico e cosmológico. Ainda, Parmênides distingue entre a ciência (que nos dá a verdade), que é construída mediante a razão, da opinião, de que provém o erro. Para Parmênides, o princípio primordial das coisas é o ser, uno, idêntico, imutável, eterno.
            Finalmente, uma terceira geração de elatas encontra seu expoente em Zenão (490-430 a.C.), que foi discípulo de Parmênides. Como este, Zenão aceita a concepção do ser uno e imutável, a que, porém, acrescenta a infinitude. Zenão destaca-se, contudo, pelas suas argumentações contra a multiplicidade e contra o movimento. Ele parte do pressuposto de que o espaço é dividido em partes infinitas, e daí deduz a impossibilidade de que um corpo possa percorrer o número infinito de pontos, um após o outro, de que consta o espaço.
            Empédocles, nascido em Agrigento entre 492 e 432 a.C.,  foi um profeta, médico e filósofo que dividiu o ser uno dos eleatas em quatro elementos fundamentais, primordiais, quais sejam a terra, a água, o ar e o fogo para poder explicar a variedade e a mudança dos fenômenos e das coisas, mediante a diversa combinação desses quatro elementos. Essa combinação realiza-se mediante duas forças fundamentais e primiordiais: o amor e o ódio.
            O amor conserva tudo unido, ao passo que o ódio tudo divide. A princípio, domina unicamente o amor e, portanto, a harmonia e a paz, como que numa idade de ouro. Depois, mistura-se como o amor o ódio, a divisão, donde a origem dos seres individuais que, num predomínio sucessivo do ódio, são destruídos. Isso provoca uma reação, uma volta ao amor, recomeçando daí um novo ciclo e, assim por diante, repete-se um eterno retorno de coisas e eventos.

Escola Atomística
Demócrito (c. 460 – 370 a. C.)  era natural da cidade portuária de Abdera, na costa norte do mar Egeu. Considerado o último grande filósofo da natureza, Demócrito concordava com seus antecessores num ponto: as transformações que se podiam observar na natureza não significavam que algo realmente se transformava. Ele presumiu, então, que todas as coisas eram constituídas por uma infinidade de partículas minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna e imutável. A estas unidades mínimas Demócrito deu o nome de átomos.
A palavra átomo significa indivisível. Para Demócrito era muito importante estabelecer que as unidades constituintes de todas as coisas não podiam ser divididas em unidades ainda menores. Isto porque se os átomos também fossem passíveis de desintegração e pudessem ser divididos em unidades ainda menores, a natureza acabaria por se diluir totalmente.
Além disso, as partículas constituintes da natureza tinham que ser eternas, pois nada pode surgir do nada. Neste ponto, Demócrito concordava com Parmênides e com os eleatas. Para ele, os átomos eram unidades firmes e sólidas. Só não podiam ser iguais, pois se todos os átomos fossem iguais não haveria explicação para o fato de eles se combinarem para formar por exemplo rochas ou mesmo seres.
Demócrito achava que existia na natureza uma infinidade de átomos diferentes: alguns arredondados e lisos, outros irregulares e retorcidos. E precisamente porque suas formas eram tão irregulares é que eles podiam ser combinados para dar origem a corpos os mais diversos. Independentemente, porém, do número de átomos e de sua diversidade, todos eles seriam eternos, imutáveis e indivisíveis.
Se um corpo – por exemplo, de uma árvore ou de um animal – morre e se decompõe, seus átomos se espalham e podem ser reaproveitados para dar origem a outros corpos. Pois se é verdade que os átomos se movimentam no espaço, também é verdade que eles possuem diferentes engates e podem ser novamente reaproveitados na composição de outras coisas que vemos ao nosso redor.
É claro que também podemos construir objetos de barro. Mas o barro nem sempre pode ser reaproveitado, pois se desfaz em partes cada vez menores, até se reduzir a pó. E estas minúsculas partículas de argila podem ser reunidas para formar novos objetos.
Hoje em dia podemos dizer que a teoria atômica de Demócrito estava quase perfeita. De fato, a natureza é composta de diferentes átomos, que se ligam a outros para depois se separarem novamente. Um átomo de hidrogênio presente numa molécula de água pode ter pertencido um dia à uma molécula de metano. Um átomo de carbono que está hoje no músculo de um coração provavelmente esteve um dia na cauda de um dinossauro.
Hoje em dia, porém, a ciência descobriu que os átomos podem ser divididos em partículas ainda menores, as partículas elementares. São elas os prótons, nêutrons e elétrons. E estas partículas também podem ser divididas em outras, menores ainda. Mas os físicos são unânimes em achar que em alguma parte deve haver um limite para esta divisão. Deve haver as chamadas partículas mínimas, a partir das quais toda a natureza se constrói.
Demócrito não teve acesso aos aparelhos eletrônicos de nossa época. Na verdade, sua única ferramenta foi a sua razão. Mas a razão não lhe deixou escolha. Se aceitamos que nada pode se transformar, que nada surge do nada e que nada desaparece, então a natureza simplesmente tem de ser composta por partículas minúsculas, que se combinam e depois se separam.
Demócrito não acreditava numa força ou numa inteligência que pudessem intervir nos processos naturais. As únicas coisas que existem são os átomos e o vácuo, dizia ele. E como ele só acreditava no material, nós o chamamos de materialista.
Por detrás do movimento dos átomos, portanto, não havia determinada intenção. Mas isto não significa que tudo o que acontece é um acaso, pois tudo é regido pelas inalteráveis leis da natureza. Demócrito acreditava que tudo o que acontece tem uma causa natural; uma causa que é inerente à própria coisa. Conta-se que ele teria dito que preferiria descobrir uma lei natural a se tornar rei da Pérsia.
Para Demócrito, a teoria atômica explicava também nossas percepções sensoriais. Quando percebemos alguma coisa, isto se deve ao movimento dos átomos no espaço. Quando vejo a Lua, isto acontece porque os átomos da Lua tocam os meus olhos.
Mas o que acontece com a consciência? Está aí uma coisa que não pode ser composta de átomos, quer dizer, de coisas materiais, certo? Errado. Demócrito acreditava que a alma era composta por alguns átomos particularmente arredondados e lisos, os átomos da alma. Quando uma pessoa morre, os átomos de sua alma espalham-se para todas as direções e podem se agregar a outra alma, no mesmo momento em que esta é formada.
Isto significa que o homem não possui uma alma imortal. E este é um pensamento compartilhado por muitas pessoas em nossos dias. Como Demócrito, elas acreditam que a alma está intimamente relacionada ao cérebro e que não podemos possuir qualquer forma de consciência quando o cérebro deixa de funcionar e degenera.
Com sua teoria atômica, Demócrito coloca um ponto final, pelo menos temporariamente, na filosofia natural grega. Ele concorda com Heráclito em que tudo flui na natureza, pois as formas vão e vêm. Por detrás de tudo o que flui, porém, há algo de eterno e de imutável, que não flui. A isto ele dá o nome de átomo.







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